L.P. Faustini
Frequentemente tínhamos que fazer esta pergunta para nós mesmos enquanto desenvolvíamos o nosso romance: "Para quem estamos escrevendo?" Não podíamos sair do foco. Se colocássemos fantasia demais iríamos excluir os realistas, se colocássemos as coisas muito pé no chão, excluiríamos os amantes de fantasia. A intenção sempre foi fazer um meio-termo, um balanço. Escolher o "caminho do meio". Devido à sua experiência com história política e medieval, R.M. Pavani fez um trabalho sensacional em trazer o cotidiano desta época para o livro: cultura, hábitos alimentares, vida social, economia e política, estratégias militares, níveis hierárquicos, etc; fazendo com que o romance ficasse muito mais rico em detalhes. Detalhes estes que acrescentaram dinamismo à história para o público que gosta dela o mais próximo possível da realidade medieval. Por outro lado, temos este aspecto de fantasia, uma fantasia branda é verdade: temos pouca magia (a magia é usada apenas em casos extremos), alguns poucos seres lendários (como trolls e serpes) e nenhuma raça (gnomos ou elfos). Apesar disso, o romance mostra um quê de folclore e a fantasia aparece progressivamente com a história, nas lendas, nos boatos - de maneira satisfatória que não tira nem um pouco a aura fantástica da trama.