segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Os leitores de Maretenebrae

L.P. Faustini

Frequentemente tínhamos que fazer esta pergunta para nós mesmos enquanto desenvolvíamos o nosso romance: "Para quem estamos escrevendo?" Não podíamos sair do foco. Se colocássemos fantasia demais iríamos excluir os realistas, se colocássemos as coisas muito pé no chão, excluiríamos os amantes de fantasia. A intenção sempre foi fazer um meio-termo, um balanço. Escolher o "caminho do meio". Devido à sua experiência com história política e medieval, R.M. Pavani fez um trabalho sensacional em trazer o cotidiano desta época para o livro: cultura, hábitos alimentares, vida social, economia e política, estratégias militares, níveis hierárquicos, etc; fazendo com que o romance ficasse muito mais rico em detalhes. Detalhes estes que acrescentaram dinamismo à história para o público que gosta dela o mais próximo possível da realidade medieval. Por outro lado, temos este aspecto de fantasia, uma fantasia branda é verdade: temos pouca magia (a magia é usada apenas em casos extremos), alguns poucos seres lendários (como trolls e serpes) e nenhuma raça (gnomos ou elfos). Apesar disso, o romance mostra um quê de folclore e a fantasia aparece progressivamente com a história, nas lendas, nos boatos - de maneira satisfatória que não tira nem um pouco a aura fantástica da trama.

Queríamos abranger todas as idades (exceto crianças pequenas) e todos os sexos (temos 5 protagonistas homens, 1 protagonista mulher e 1 protagonista homo; todos adultos). A narrativa não é apelativa, não  descrevemos "carnificinas", nem cenas "quentes". Pretendíamos fazer uma trama complexa, que focasse uma tragédia, mas ao mesmo tempo divertida, com personagens bem-humorados que fizessem este equilíbrio (para leitura não ficar muito pesada) e passagens cartunescas. Se posso fazer uma comparação com algum filme, temos uma leve tendência a "Piratas do Caribe".

Para os que gostam de filosofia e religião (como os leitores de Nárnia), Maretenebrae se trata de uma grande alegoria. Existem vários acontecimentos no romance que lembram eventos 'bíblicos' (como o Dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, a vinda de Jesus), assim como lendas astecas (a lenda de Quetzacoatl, a profecia da chegada dos espanhóis). Um dos protagonistas encarna Nietzsche e Schopenhauer, e outro encarna Kant; portanto temos debates filosóficos embutidos na narrativa sem que a palavra filosofia apareça. É como uma filosofia para iniciantes.

Para os músicos, Maretenebrae provavelmente será o primeiro romance épico cujas canções cantadas durante a narrativa serão acompanhadas por partituras. Existem 4 músicas no primeiro livro e todas foram criadas por nós autores que temos formação musical.

Para os que gostam de resolver quebra-cabeças (puzzles), charadas (riddles), enigmas e profecias, Maretenebrae é um balde cheio disso. E garanto a todos que os leitores irão conseguir resolvê-los antes que a solução seja propriamente apresentada. E que todos tenham uma boa diversão!

[Saiba como foi a construção dos personagens]
[Maretenebrae, um novo Senhor dos Anéis?]

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