sábado, 26 de março de 2011

Inspirações

L.P.Faustini

Foi no ano 2000 quando um grande amigo meu me emprestou um livrinho tímido de capa envelhecida com uma tosca ilustração chamado "A Espada Diabólica" de M. Moorcock (no original Stormbringer). O livro falava de um jovem albino, extremamente frágil, possuidor de uma espada que o concedia poder quando ele assassinava alguém pela sua lâmina. A espada negra, chamada Stormbringer, 'sugava' a alma dos derrotados e imbuía com força espiritual o corpo de seu proprietário, Elric de Melniboné. No entanto, tal espada possuía seus próprios desejos e agia por conta própria, fazendo com que o protagonista acabasse por matar seus entes queridos. Por algum motivo, que não me lembro agora, a espada teve que ser novamente empunhada (e aí começam os problemas e a aventura em um mundo governado pela Lei e pelo Caos).

A princípio achei a história fantástica, pois nunca antes tinha me envolvido com qualquer coisa parecida. É lógico: existiam os jogos de videogame, os filmes, os desenhos fantásticos. Porém algo me chamou muito a atenção em "A Espada Diabólica" que me fez pensar em desenvolver um jogo de interpretação (como um RPG com ênfase na história) baseado neste romance. Neste jogo, acabei por misturar vários elementos da série Ultima (uma série de jogos para computador), criei um mundo semelhante ao de Stormbringer, escrevi umas 60 páginas e chamei 8 amigos para testar o novo sistema. As reuniões duraram 3 anos e a história não tinha sido ainda finalizada.

Jogar o novo sistema era muito mais que jogar dados. A trama era complexa, envolvente, misteriosa, inédita e merecia uma reconhecimento maior. Muito antes de meu primeiro contato com "Senhor dos Anéis", o esboço do romance já existia. E talvez tenha sido por isso que conseguimos sair dos clichês que se originaram do Senhor dos Anéis. Maretenebrae em nada se assemelha com o romance de Tolkien.

Com o desenvolvimento do livro junto com R.M.Pavani, que veio com várias novas idéias e lógico, com suas próprias inspirações, o detalhamento e revisão do esboço resgatou nossos conhecimentos bíblicos, de filosofia, de guerras medievais, de política e economia. R.M.Pavani é professor-mestre em história política e acrescentou muito à obra, fazendo o resultado final lembrar vagamente da maravilhosa trama jogada. Deixo espaço aqui agora para o co-autor do livro falar sobre suas inspirações (link).

Abraço a todos os leitores

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