R.M. Pavani
Descrever batalhas nunca é fácil, e esse capítulo não foi exceção. Comecei a escrevê-lo numa folha simples de papel, ao contrário das demais partes da obra que foram, em sua maioria, elaboradas diretamente no computador, antes de me encontrar com LP para mais uma reunião. É difícil ter de fugir dos clichês e lugares-comuns e, simultaneamente, manter o leitor agarrado à narrativa. Creio ser uma das partes mais emocionantes de todo o livro, pois, do início ao fim tem-se a sensação crescente de terror e aflição. Por mais que se pense em um contra-ataque ou salvação milagrosa, sabe-se, desde o início, que os soldados da Ordem já têm seus destinos selados. Algo semelhante encontramos no clássico do Western "Era Uma Vez No Oeste" (no original "Once Upon a Time in the West"), do italiano Sergio Leone. Tal qual na obra cinematográfica, o capítulo 2 de A Queda de Sieghard tem um ritmo que pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. É, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os defensores do reino, embora sejam muitos e tenham coragem, têm consciência de que não chegarão vivos ao final.