terça-feira, 12 de junho de 2012

Reportagem 1


Para dois amigos, dezembro representa o fim de uma saga que eles enfrentaram para conceber, literalmente, uma saga: depois de dois anos trabalhando a quatro mãos em um livro pelo Skype, L.P. Faustini e R.M. Pavani comemoram este mês o lançamento da fantasia medieval "Maretenebrae" (Biblioteca24horas, 540 páginas).


Engenheiro mecânico , L.P.Faustini, 26 anos, conta que tinha a ideia da trama na ponta da língua, mas precisava de alguém que dominasse melhor a escrita para passar a aventura para o papel. "Estudei com o R.P. no ensino médio, e sabia que ele adorava histórias épicas, além de ter bastante talento para prosa e poesia. Não pensei duas vezes em convidá-lo para essa parceria, apesar de saber que, por conta das nossas rotinas, teríamos que fazer tudo à distância, pela internet".

"Maretenebrae" (mar tenebroso, em latim) é uma obra declaradamente complexa que aborda os sete pecados capitais e retrata o mar como entidade maligna, conforme ele era encarado na Idade Média. "O mar é considerado um ser vivo, e é o grande vilão dessa série. Em tempos medievais, dizia-se que havia criaturas monstruosas e abismos no mar. Com inspiração nisso, relacionamos a ele tudo o que acontece de negativo na trama ", explica Faustini.

Dicotomias
No entanto, o autor ressalta que o livro não se vale de personagens caricatos, bem delimitados. Daí a complexidade da história. "Nenhum personagem é uma coisa só. Queríamos trabalhar muito com a questão dos vícios e virtudes, do caos e da ordem, da sabedoria e da ignorância, então abusamos das dicotomias".

Apesar de ser uma obra hermética e extensa, Faustini garante que o leitor não terá dificuldade em devorá-la. "A história é envolvente e hiperconectada com diversas referências literárias, filosóficas e políticas, o que imprime dinâmica ao texto".

Segundo Pavani., 27 anos, as formações distintas dos dois contribuíram para enriquecer e equilibrar as os ingredientes presentes na obra. Enquanto Faustini se encarregava de adicionar mais ação ao texto, ele, que é professor e mestre em história medieval e política, ficava responsável por conferir realismo à trama, já que se preocupava em pensar em detalhes fiéis aos acontecimentos históricos. "Claro, se trata de uma fantasia, mas não queríamos apenas contar uma bela história, a ideia era construir uma narrativa que propusesse também uma reflexão filosófica, política e religiosa".

De acordo com ele, o livro se destina a qualquer público, justamente pela diversidade de temáticas envolvidas. "Nosso público-alvo são jovens, adultos, quem que gosta de literatura épica ou mesmo quem é da área acadêmica".

Faustini diz que agora é hora de arregaçar as mangas para trabalhar na continuação da série.

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